Quimeras

Posted: domingo, 28 de outubro de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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nosso o amor cravado à carne
é yarabé, paranã
Tua presença, angatu
está em minha alma
antropofagica
e para além
das primitivas quimeras
e memórias de cunhatã

resta somente nheengatu
e o som da maraca
que te transpõe em mim
-quem me dera!

quimera eu, quimera tu
e tudo aquilo que brota dos dois
quimera a rota do abismo
que desfalece em nós
quimera é o por do sol
que nasce na gente
awere
quimeras potências
quando a noite cai e
quimeras todo o suor se irradie
em sal sadia semente

quimeras só se afogar
em fluído fecudante
awere
quimeras estar com o mar
e andar sobre as ondas
quimeras simplesmente
como as ribeirinhas águas
sem medo quimeras
entregar o doce natural
awere

quem dera ser apenas
amor e arte



Para a Jornada do Medo

Posted: domingo, 26 de agosto de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in
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Medos são fantasmas, dragões enterrados

apáticos e anônimos no fundo dum lago
eles ardem as artérias e bambeiam os braços
corroem o cálcio dos mais duros dentes

Medos são fantasmas, anões esmagados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
espalham-se pela espinha, ficam no fundo da faringe
gemendo na goela, hesitando habeas corpus


Medos são fantasmas, anciões mal-amados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
impulsionam instintos jungindo os joelhos
lixiviando a língua, moendo o meio da mente

Medos são fantasmas, ilusões! Sonhos asfixiados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
negam nossos olhos, omitem os neurônios
quando querem quirelas rugem e rosnam


Medos são fantasmas, sermões enganados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
saltando sobre tudo o que tocam
unidos e uníssonos ventos vorazes


Medos são fantasmas, deuses dissimulados
apáticos e anônimos no fundo dum lago
xeque-mate xucro zunindo zangado.

Deveres

Posted: sábado, 25 de agosto de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Poema de Roberta Villa.

Tautologia do Amor

Posted: quarta-feira, 8 de agosto de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Amar o amor que se ama
e sendo amor
amar o amor que se tem
e tendo amor
amar o amor que se ama

sem de fato
amar alguém.

(Roberta Villa)

E agora, Magnólia?

Posted: quinta-feira, 21 de junho de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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E agora, Magnólia?
você já pariu
o nenê já mamou
o pai foi pra roça
e nunca mais voltou
E agora Magnólia?

Você que tinha fé
e não ora mais
Cadê tua aliança?
Teu voto de conversão,
tua força de vontade?

E agora, Magnólia?
Quer catar papelão
pelo bairro a catar restos
com tua carroça

mas carroça não tem mais.
E agora, Magnólia?
Cadê o teu fio?

O teu fio da vida,
o teu fio cadê?


E agora Magnólia?


Cadê teu bebê?


O teu fio, anda, Magnólia
dando os primeiros passos

O teu fio, Magnólia
pelo lixo e pela lama
crescendo e aprendendo

O teu fio, Magnólia
comendo o farelo
que lhe é dado desde cedo
por sua via a retalho

E agora, Magnólia
a placenta virou água
a mamãe tá no puteiro
e o teu fio da vida
tão logo se desfia
mais um pouco todo dia
E agora, Magnólia?
a vida despetalando-se
branca rosa
rosa vermelhinha
de sangue anêmico
Você, flor teimosa, e agora?

Posted: segunda-feira, 30 de abril de 2012 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores:


brinquedo

Posted: domingo, 25 de março de 2012 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Vigiar

sem cessar
a infatigável máquina

fazer
tilintar
a existência prática

E ser
apesar
a aparência plástica

Motor
a favor
                                                                                  da resistência lúdica.

Móbile

Posted: quarta-feira, 28 de dezembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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quando amanheci solitária
ao teu lado, fui embora
deixei meus cabelos pretos
amassados na tua lixeira
os fios que não agüentam
permanecer na minha cabeça
como última memória,
comigo ficam os fortes
para pegar os ventos da estrada


resta mais nada
a cicatriz que fiz no teu corpo
santo, já já se cura
e novamente imaculado
volte a ser reverendo
 já tomei de teu pão
então ávida, alimentada
volto a ser entidade
que ebole e evapora

Sou apenas um móbile
me disse dissimulado
-que vida tão aguda-
"um móbile no furacão".
A estrada é para frente
tanta afetação, fragilidade
não adianta ter cuidado
desprenda-se, vem logo
outra curva surpreendente.

Ampulheta

Posted: segunda-feira, 12 de dezembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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a vida se derrama
e teu corpo maré cheia

a vida é só areia
e meu corpo ampulheta

a vida é cera e queima
e teu corpo a própria vela

a vida esfumaça
e meu corpo se centelha
a vida se derrama

e teu corpo maré cheia


Decorar ou não decorar, eis ainda a questão para muitos professores...

Posted: sábado, 12 de novembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Olha, sinceramente, para mim existe uma difereça entre "decorar" e "memorizar", penso que decorar é aquilo que precisamos para resolver uma situação circunstancial, passageira, por exemplo, eu posso decorar o que preciso comprar no mercado hoje, ou decorar um endereço que precisarei chegar amanhã... contudo, se eu decorei essas informações, quando a situação for "superada" eu não me lembrarei mais de todos os iténs que comprei, nem extamente o nome e número da rua onde eu fui. Agora, memorizar, é quando determinadas informações (situações) fazem parte do meo repertório comum (cotidiano), pois se inserem em minha realidade, por exemplo, eu tenho memorizado o endereço da escola onde trabalho, e também sei que se for ao mercado amanhã, independente de outras coisas, devo comprar leite, iorgute, frutas e suco de caixinha, pois são elementos que compõe a minha rotina... enfim.. É por isso que sempre penso no aprendizado do aluno como um processo, que necessariamente não precisa ser imediato, pois é somente a intimidade com determinados conceitos e aplicações é que leva ao aprendizado que tenho como meta, que está muito mais ligado à "memorização" (ou seja, compreensão e apreensão do saber) do que à mera "decoreba". Se o aluno decorar toda a minha matéria é bem possível que daqui há dois anos ele não saiba mais nada, e devo ficar feliz se ele se lembrar do meu nome, e muito feliz se ainda for capaz de associá-lo à minha disciplina.

assembléia de estudantes na USP, 08 de novembro de 2011

Posted: quarta-feira, 9 de novembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Um pouquinho do clima da assembléia dos estudantes na FFLCH/ USP... na noite após a madrugada em que a polícia prendeu os setenta...

Entrevista com a professora Roberta

Posted: segunda-feira, 31 de outubro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Este vídeo mostra a agradável experiência que eu tive, a convite do meu colega - professor Éliton, que dá aulas de português na escola onde eu trabalho - de ceder entrevistas às turmas das quintas séries sobre a publicação do meu livro. Bem, o objetivo deste vídeo é mostrar um pouco do trabalho com os alunos, dos Bastidores dessa atividade... a entrevista "oficial" mesmo, nós ainda vamos editar.

Deveres

Posted: domingo, 18 de setembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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É preciso pagar o pato;

É preciso dispensar o tempo;
É preciso libertar os planos;
É preciso escrachar os medos;


É preciso calar ruídos;


É preciso gritar por dentro;
É preciso amar de fato;
É preciso penetrar si mesmo.

a tardinha

Posted: quarta-feira, 7 de setembro de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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Desaprender é aprender a aprender
é permitir-se rever, reinventar-se
paciente artesanato
todo dia

Aprender todo dia é renegar-se
é ser e nunca completar-se
é uma existência inconstante
todo dia
A ignorância me vem a tardinha
me incomoda, me enfrenta
uma praga comezinha
insistente
desmente meus dogmas
se inflama
confronta os axiomas

A ignorância consome: fogo
no galho seco do pensamento

torto, toma conta dos meus atos,
do meu corpo, E eu fico neste porto
entre o arenoso branco
efêmero, e o eterno
turvo d` água
- oceano indecifrável

Ah, que boa estratégia de vida
revelam-me os de espírito mediano
optar pela via
das certezas.

Fabiano Fernandes Garcez: Notícias

Posted: terça-feira, 30 de agosto de 2011 by Fabiano Fernandes Garcez in
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Fabiano Fernandes Garcez: Notícias: Entrevista com o professor e porta Fabiano Fernandes Garcez Jornal Comunicação Regional publica crônica de Fabiano Fernandes Garcez...