ao bicho da seda

Posted: segunda-feira, 22 de agosto de 2011 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores:
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da folhagem amoreira
teu tecido: nossas vestes
é densidade suave.
Acolhemos as larvas,
ora façamos casulo
- lírica consciência -
tangendo de luz as colheitas.
Eis, no meio do caminho
te encontro pequenino:
Bicho da seda e gente



tome, pegue tua parte
desafinada de pedra
e bate que bate cinzentos
limos dos tempos
liames de nós mesmos
e de lira reverbera.
Afiado atabaque bate
tece o poema sem pressa
dissolve as amarras, esteta:
Bicho da sedosa esfera


Mama tua mãe e espreita
na fonte, mama tua mãe
fértil e fluída senhora
e assim como tu,
poeta e teta, mamo
minha mãe - a fonte plena,
ciranda selvagem pura
e perene - bate que bate
teu fôlego vivo emana:
Bicho de seda nua


se é santa ou serena
se é sádica, virgem
já não se sabe
só sei que nasceu um belo dia
emoção forte, vertigem
necessária e extrema
dissonante atabaque
bate, bate que bate
mama na fonte, explode:
Bicho da sede incessante.

O alucinado tempo da sala de aula

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A questão do tempo é algo que deve ser pensado, analisado e otimizado na prática docente, pois é crucial a sua boa administração para um bom desempenho do professor, em seu planejamento de aulas, que possa se repercutir num desempenho positivo dos alunos. No entanto, lidar com o tempo não é tarefa fácil, exige um esforço contínuo de superação, ainda mais se pensarmos na dinâmica tensa do dia à dia escolar, principalmente ao lidar com o Ensino Médio e Fundamental II, onde tudo deve ocorrer muito rápido, o mais rápido possível, antes que bata o sinal de "troca de aulas" e os alunos simplesmete desapareçam, deixando o professor com aquele sentimento angustiante de "não consegui concluir". Chega ser alucinante este esvaziar e encher das salas de aulas a cada TREEEEEEEEEEEEMMMMMMMM do sinal. Ainda mais ambígua parece ser a tentativa de converter o tempo cronos da sala de aula em tempo cairós, as vezes a aula acontece, capta os alunos, arrebata-os e quando caminhamos para discussões mais complexas, TREEEEEEEEMMMMMMM, o sinal bate e acaba com o encantamento que, os alunos não sabem, mas nós levamos um bom tempo para preparar.
Bem, é fato que o número de "horas atividade" somado ao número de alunos por sala, somado à quantidade de aulas que o professor deve lecionar para ganhar tal salário não são pontos favoráveis à atividade docente, entretanto, acima das dificuldades nós, professores, enquanto profissionais devemos manter a ética com nossos alunos e com nossa tarefa de educar, o que significa agir com seriedade e comprometimento. Deixar de cumprir efetivamente nossas atribuições porquê "não deu tempo", além de prejudicar os alunos prejudica à nós mesmos, fragiliza nossa postura e autoridade na sala de aula - uma vez que os alunos facilmente precebem quando o professor apenas "improvisa" - e então, dificulta a nossa prática.
Enfim, administrar tempo, dentro e fora da sala de aula (ou seja, desde a preparação até a "execução" da aula, ter previmente pensado sobre duração de cada atividade, etc.) é essencial na vida de um professor. Sobretudo, é importante não deixar os alunos "ociosos", saber lidar com o cronometrado tempo de aula de modo à potencializá-lo e não, ingenuamente, negligenciá-lo.

(Roberta Villa)