Há liberdade da imprensa?

Posted: sexta-feira, 29 de outubro de 2010 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
0

por Fabiano Fernandes Garcez

Você conhece aquela anedota do rapaz que passeava próximo ao estádio do Morumbi e viu que um Pit Bull iria atacar uma criança, então um homem aparece e mata o animal, salvando a garotinha. O rapaz, comovido com a cena, se identifica como jornalista e diz que colocaria a seguinte manchete em seu jornal: São paulino salva garota indefesa de animal feroz! O homem agradece, porém diz que não é são paulino e sim corintiano, no dia seguinte a manchete é: Corintiano assassina animal de estimação!

O interessante da piada, além da brincadeira com o clichê futebolístico e preconceituoso, é a reflexão que podemos tirar das manchetes, afinal, nenhuma delas é mentira. O Pit Bull é feroz e também é um animal de estimação, porém ao escolher determinadas palavras o autor do texto acaba por revelar um determinado juízo de valor, ou seja, o fato não foi fabricado, como acontece com muitos fatos no campo do jornalismo esportivo, no entanto a forma de transmissão desse fato foi manipulada. Nenhuma escolha semântica passa incólume, cada palavra que usamos a escolhemos para servir às nossas convicções, ideais, ideologias e, principalmente, interesses.

Nestes últimos dias, período de eleição, podemos notar que as grandes instituições jornalísticas —rádios, TVs, sites e jornais—, estão preocupadíssimas em eleger seus candidatos preferidos, —é necessário dizer que a maioria prefere o mesmo candidato? Jornalistas, articulistas, colunistas, cronistas publicam em seus espaços tentativas de justificar suas escolhas eleitoreiras ou seria a tentativa de induzir o leitor? É como escolher um dos termos animal feroz ou de estimação e depois apresentar justificativas para isso.

Alguns argumentos utilizados por esses jornalistas é o fim da liberdade de imprensa, porém muitos se esquecem que o fim da liberdade de imprensa começa dentro da própria imprensa, vide o caso, mais recente, da colunista Maria Rita Kell que foi demitida por defender o Bolsa Família em sua coluna no Estado de São Paulo, outro foi a saída do jornalista Heródoto Barbeiro do comando do programa Roda Viva, da TV Cultura, por fazer uma pergunta ao candidato José Serra sobre os caríssimos pedágios das estradas paulistas, ainda na TV Cultura existe outro caso, mais antigo, a jornalista Salete Lemos foi demitida por justa causa do jornal noturno da emissora por criticar as tarifas ilícitas cobradas pelos maiores Bancos brasileiros. Há alguns meses conversando com um jovem jornalista, jovem no sentido estrito da palavra, sem a atribuição de um valor negativo como: imaturo ou inseguro, me confidenciou que duas de suas matérias foram recusadas por seu editor, uma delas, sobre problemas de uma escola estadual, porém ele conseguiria atribuir o problema, não me lembro qual era, a União, a outra não poderia ser publicada por falar mal de “nosso patrão”, o governo do Estado de São Paulo.

No dia 27/10/2010, vi a capa do jornal O Estado de São Paulo e não havia nenhuma manchete sobre o escândalo da vez: A paralisação das obras do metrô de São Paulo por denúncias de fraude na licitação da linha Lilás. O que isso prova? Que a imprensa vive sobre a ditadura ideológica de cada jornal ou emissora ou até mesmo da instituição patrocinadora desses veículos, só um exemplo o contrato do Governo de São Paulo com o Grupo Abril é de R$ 3,7 milhões. Resta saber se que ouvimos, lemos ou vemos são realmente opiniões de seus autores ou é apenas a ordem dos donos dessas instituições, porque sabemos que caso discordem não se manterão no emprego.

O jornalista Heródoto Barbeiro quando entrevistado, disse que a função da imprensa é ser neutra, porque ninguém é imparcial, pois, segundo ele, somos humanos e temos opiniões e convicções. Será que a imprensa de hoje é mesmo neutra ou está mais para cabo eleitoral?

O leitor atento e crítico tem ferramentas para diferenciar cada caso, no entanto de todos os leitores do Brasil, quantos são atentos e críticos?

Infelizmente hoje a grande mídia reflete o bipartidarismo da cena política brasileira. Político com rabo preso é encontrado aos montes, não que isso seja natural, não é, mas menos natural ainda é jornalista com rabo preso. Tenho que fazer justiça aos pequenos diários de bairro e sites independentes onde a neutralidade ainda existe e é perceptível, diante disso surge a questão nas grandes instituições jornalísticas há liberdade de imprensa?

Obs.: Todos os dados mencionados aqui são facilmente encontrados em uma rápida procura em sites busca ou de vídeos, exceto, é claro, o que contei por ter vivido ou ouvido, não mencionei nomes por colocar em risco o emprego de terceiros.

Feira Itinerante de Troca de Livros no Senac Guaratinguetá

Posted: terça-feira, 19 de outubro de 2010 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores:
0

O poeta Guarulhense Fabiano Fernandes Garcez autografará seu livro Diálogos que ainda restam na Feira Itinerante de Troca de Livros no Senac Guaratinguetá.



O Senac Guaratinguetá promove, entre 18 e 22 de outubro, a 8ª edição da Feira Itinerante de Troca de Livros, evento gratuito que percorre anualmente as unidades da rede Senac São Paulo com o objetivo de disseminar o universo da leitura nas comunidades por onde passa.

Durante o evento, alunos, professores e frequentadores da biblioteca do Senac Guaratinguetá poderão trocar obras que já leram por outro título disponível. As trocas serão realizadas das 9 às 21 horas. A unidade também receberá doações de livros, gibis e revistas.

Desse modo, reciclam-se materiais de leitura, fomentando a difusão de informações, com obras que passam pelas mãos de quem geralmente não tem oportunidade de adquiri-las pela compra. Os materiais devem estar em perfeito estado de conservação – critério válido tanto para trocas quanto para doações. Livros de didáticos e de cunho religioso e político não serão permitidos.

Além disso, a unidade receberá livros novos, como publicações da Editora Senac São Paulo, que serão comercializados com 30% de desconto no local, e contará com uma programação cultural diferenciada.

Informações pelo telefone (12) 2131-6300 ou pessoalmente na recepção do Senac que fica na avenida Doutor João Baptista Rangel de Camargo, nº 50, Centro

Programação

18 de outubro
19h30 – Abertura com apresentação do Sarau Cênico realizado pelo Grupo Dell`arte Companhia Teatral, sob direção de Souza Heiras
20h30 – Literatura na tela – Machado de Assis: uns braços
21h30 – Sorteio de livros dos selos Vale em poesia e Três por quatro, da Editora Multifoco

19 de outubro
19 horas – Sessão de autógrafos com autores de Cachoeira Paulista. Livros Acontecência, do poeta Jurandir Rodrigues, e O Expectador da Vida, do artista e escritor Jurandir Fábio Monteiro, cujas obras (quadros e esculturas) estarão expostas durante o evento
20h30 – Palestra Literatura x Tecnologia, com o professor Jurandir Rodrigues

20 de outubro
19 horas – Sessão de autógrafos com a autora mirim Sofia Helena Lourenço Barbosa (Aparecida). Livro Palavra de Criança.
20 horas – Sessão de autógrafos com os poetas guaratinguetaenses Tonho França (livro O Bebedor de Auroras) e Dora Vilela (Bordados do Avesso)
20h50 – Palestra Revisão: linhas e caminhos, com o professor e poeta Adams Alpes

21 de outubro
19 horas – Tributo a José Afonso de Freitas, poeta de Aparecida e autor do livro Aquém do Lago Azul
20h30 – Sessão de autógrafos dos livros Ecos e Outros Versos, de Eryck Magalhães (Guaratinguetá), e Prometo Ser Breve, do contista Wilson Gorj (Aparecida)

22 de outubro
19 horas – Oficina Poesia Não!, ministrada pelo professor Clebber Bianchi
20h15 – Sessão de autógrafos com os poetas Clebber Bianchi, autor de À Medida dos Tempos (Taubaté), e Fabiano Fernandes Garcez, Diálogos que Ainda Restam (Guarulhos)
21 horas – Ciranda de poesia com os poetas da Editora Multifoco
22 horas – Encerramento com novo sorteio de livros

Rumo

Posted: quinta-feira, 7 de outubro de 2010 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores: ,
0

Oscilo
entre o suspiro abstrato
e o desejo
de um grito concreto

neste ônibus lotado