Estacionamento do Shopping

Posted: quarta-feira, 15 de abril de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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A história não é minha, ouvi de uma pessoa que a ouviu de outra. É o seguinte... Um cidadão vai até um shopping e fica por vinte e cinco minutos procurando uma vaga para estacionar o carro.
Até aí tudo bem, quantas vezes não fizemos isso? Mas o cidadão em questão ficou nervoso e resolveu ir embora, mas ao tentar sair é bloqueado pela cancela e aquela voz eletrônica lhe pede que pague o bilhete, ele se recusa, claro!
Aparecem alguns funcionários do estacionamento/Shopping, - nem sempre o estacionamento é do shopping e o shopping é do estacionamento -, ele explica a situação, mas é inútil a missão, porque os funcionários não são eletrônicos, porém agem como se fossem: “Ordem é ordem, senhor! Está aqui acima de vinte minutos estacionado tem que pagar”. Ele, nervoso, retruca: “Acontece, meu filho, que não estacionei, não porque não quis, porque não pude e se tivesse conseguido estacionar não resolveria sair vinte e cinco minutos depois".
Imaginem pagar por um serviço que em vinte e cinco minutos você ficou tentando usufruir e não conseguiu! Ele decide que ... se tinha que pagar, então usaria o serviço. Entra no carro e o estaciona bem na frente, assim de atravessado, da cancela e sai para suas compras. Nisso chegam mais funcionários, um gerente que não sei se do estacionamento ou do shopping e a gente curiosa.
Lógico que a situação foi resolvida de maneira atraente para ambos, - menos para aquela gente que assistia a cena sem assistir ninguém, - mas para nós, fica a reflexão: Já que o estacionamento é cobrado, não se pode colocar na entrada um aviso de quantidade de vagas disponíveis? Garanto que isso já desestimularia motoristas sem paciência ou com pressa, como quase sempre é o meu caso.

A crônica

Posted: by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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Para dizer o que é crônica, começo dizendo o que ela não é. Não é uma notícia, nem uma reportagem, apesar de estar presente na imprensa e às vezes retratar acontecimentos diários e quase sempre ser escrita por jornalistas, mas também não é literatura, mesmo existindo livros de crônicas e ser escrita por muitos poetas e romancistas.
Você deve estar se perguntando: “Mas que raio, então, é uma crônica?” É um texto curto que geralmente é publicado por um jornal, escrita com uma linguagem simples, linguagem de dia-de-semana, – já diria o famigerado do Guimarães Rosa -, vira e mexe aparece com uma pergunta ou simulação de diálogo com o leitor. O cronista, o cara que escreve a crônica, se inspira em acontecimentos diários, presentes ou não na imprensa, mas ao fazer isso dá a ela um toque pessoal, apresenta um tema sob seu ângulo de visão singular, de uma forma leve, descontraída, por vezes até com uma pitadinha de fantasia, criticismo, ironia e por aí vai.
No Brasil, existem e já existiram ótimos cronistas, como por exemplo: Ferreira Gullar, Luís Fernando Veríssimo, Arnaldo Jabor, Carlos Heitor Cony, Mário Prata que escrevem hoje em dia em grandes jornais, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Sergio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, Nelson Rodrigues, Raquel de Queiroz e outros tantos que já atravessaram o rio, - como o grande poeta Thiago de Mello se refere àqueles que já nos deixaram. A crônica, por seu caráter espontâneo e quase oral é um texto adorado pelos brasileiros.
Enfim, a crônica é isso, fazer com que o leitor leia e se informe sobre algo, sem perceber, como o amigo leitor que chegou até esse último parágrafo fez, leu e se informou sobre esse gênero textual prazeroso de se ler e mais ainda, de escrever.