Vamos colocar os políticos no paredão?

Posted: quarta-feira, 30 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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No mês passado escrevi uma crônica sobre os Realities Shows e ao final sugeri que se utilizasse com os nossos políticos, o mesmo processo de eliminação dos concorrentes, motivado pelas denúncias contra nosso El Bigodon, José Sarney. Não é que isso pode ser verdade?
Tramita na Câmara, já aprovada pelo Senado, o Recall Eleitoral, que é submeter os mandatos políticos de parlamentares ou chefes do poder executivo a um referendo para o eleitorado decidir se os mantêm ou não. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), com o apoio da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) e da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) faz campanha em seu site para a aprovação da Proposta de Emenda Constituicional 73/2005, percebe-se pela data, que minha crônica foi posterior a sua criação.
Funcionaria desta forma: O referendo pode ser convocado com um pedido de 2% do eleitorado nacional, após, pelo menos, um ano do mandato, com isso a população poderia revogar e substituir os mandatos de vereadores, deputados e senadores, bem como de prefeito, governador e presidente da República. Assim a população não precisaria esperar até a próxima eleição para retirar do poder os corruptos e toda a corja de péssimos políticos que temos.
O Recall pode ser uma grande novidade por aqui, mas é muito antigo, o primeiro aconteceu em 1903 em Los Angeles, EUA. Os contrários a essa medida argumentam que não é justo com os mandatários, por não dar tempo suficiente, e de direito adquirido, para o exercício das funções e a chance de recuperação e reparação de alguns deslizes como inoperância ou incompetência.
Resta saber se um telespectador de reality show, que não sabe escolher um candidato e, pior ainda, nem se lembra dos parlamentares em quem votou, estará preparado para a eliminação.

A unanimidade comercial

Posted: quarta-feira, 23 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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Existem algumas normas, que não estão escritas em lugar algum. Fui a uma pizzaria nesse fim de semana e a televisão estava ligada na rede globo, (escrevo assim mesmo no minúsculo!) ninguém a assistia, estava para as paredes, porém na rede globo. Por quê? Porque existe a regra que “todos” assistem a essa emissora, mesmo quem a detesta, como eu.
Você já ouviu alguém falando que se não for coca-cola não é refrigerante? Garanto que sim. Baseado nesta “norma” a coca-cola fez uma série de anúncios contra os refrigerantes mais baratos de pequenas empresas, por ela, chamado de refrigereco.
Esses dois exemplos são apenas ilustrativos, não vou ficar fazendo propaganda para essas nem outras empresas, pois o espaço desta crônica não é para isso, o leitor mais atento perceberá que de propaganda aqui não tem nada, mas há um ditado que diz: Fale mal, mas fale de mim. Para isso é utilizado o axioma: Se todos falam de um determinado produto, logo ele se torna conhecido e se tornando conhecido, é bom. Com isso cria-se o padrão, e tudo que não foge: Não é bom, claro!
De onde tiramos isso? Dos Slogans criados nas agências de propagandas, que pregam conceitos exclusivistas e, por vezes preconceituosos. E infestam toda mídia. O apelo à unanimidade, que referenda a qualidade (segundo esses slogans), não se restringe a apenas produtos, mas a tudo que é comerciável, como programas de televisão, (Você não assiste a novela? Não acredito!) cantores e bandas, (Você não gosta do Calipso?) inclusive as pessoas, (aqueles populares dos filmes americanos e nossos Big Brothers).
É sempre bom lembrar de que a pluralidade é muito bem vinda em todos os lugares e situações, até na área comercial e, também, da famosa frase de Nelson Rodrigues: Toda unanimidade é burra!

O preconceito poético

Posted: quarta-feira, 16 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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Sou poeta e grande leitor de poesia, gosto, também, de ler crítica sobre isso, mas tenho percebido, já há algum tempo, que alguns críticos estão confundindo gosto pessoal com qualidade poética, o que denuncia que a poesia ainda vive em grupos de amigos que ficam se bolinando mutuamente e pior ainda, na minha opinião, é que estão pregando a forma única, ou seja, querem que os poemas atuais sejam cópias de uns poucos já conceituados.
O linguista e professor Marcos Bagno, que é conhecido pelos seus livros que denunciam o preconceito social por meio da linguagem, não faz ideia de que esse preconceito está agora na poesia. Em algumas leituras percebo que aqueles que fazem poemas com uma linguagem mais simples e menos apurada são tachados de negligentes em relação à arte poética, o que achariam, esses críticos, dos poemas de Oswald de Andrade ou Mário Quintana se publicassem hoje?
Muitos críticos pregam o hermetismo poético, poema bom é poema ininteligível para a maioria. Eu não posso concordar, por minha militância na democratização da poesia. Democratização não é a facilitação. Não. É o convite através de uma linguagem mais simples, longe da simplória, àqueles que não têm o costume da leitura de poemas, ou usando um termo de um amigo meu: Pregar aos não convertidos. O meu sonho é que a poesia ganhe as ruas, de modo mais literal possível.
Não faço apologia à poema de má qualidade, descuidada, mas prego a diversidade de linguagem, já imaginaram as pessoas nos escritórios, nos salões de cabeleireiros, ou em qualquer outra parte conversando sobre poesia em vez de conversar sobre a novela das oito? Sonho? Se depender dos críticos sim, porque o preconceito social jamais permitirá que a poesia fosse algo popular e não de uma elite.

A Pirâmide da Opressão

Posted: sexta-feira, 11 de setembro de 2009 by O Blog dos Poetas Vivos in Marcadores: ,
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Esclareço de antemão aos rebeldes: não amo o capitalismo nem os USA. O neoliberalismo é uma porcaria, assim como o McDonald's. O comunismo é melhor que o capitalismo. Aliás, Qualquer coisa é melhor que o capitalismo. Pronto. Visto que não sou reacionário, sigamos.
Estive observando em oportunidades fornecidas por meu cotidiano o quanto os aspirantes à marxista são insuportáveis. Digo "aspirantes" porque parece que quanto menos se lê Marx mais se entende Marx, e quanto menos um marxista lê Marx mais chato ele é. Sem falar na maneira ridícula como procuram camuflar incompetências com o vitimismo barato que lhes é próprio. Parecem velhas ociosas e infelizes que se reunem em grupo para falar mal do compotamento dos vizinhos enquanto não descolam as bundas de suas confortáveis cadeiras de balanço.
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As massas torcem por times de futebol. O que não é massa torce por partidos políticos.
E quem não torce por nenhum dos dois sofre pra caramba. É oprimido pelos oprimidos. Inclusive, não seria má ideia criar um partido que defenda os direitos dessa nova classe de oprimidos. Os mais oprimidos dentre os oprimidos, diga-se de passagem, pois estão realmente no fundo do poço, no mais baixo nível da base da pirâmide da opressão.

Colocaram o bigode de molho

Posted: quarta-feira, 9 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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Há muito tempo venho observando que os homens de hoje não usam bigode, há homens com barba, cavanhaque, mas o bigode sozinho é raro. O bigode está em falta!
Segundo alguns etimólogos, os povos visigodos que viviam na Península Ibérica usavam uma marca registrada: seus bigodes, assim surgiu a palavra bigoth (bigode) derivação de visigoth (visigodos) e com o tempo passou a se referir a penugem abaixo de lábio, mas, se tratando de etimologia, há controvérsias.
Lembro que na minha infância meu pai conhecia inúmeros Bigodes. Assim, apelido, quase nome próprio. Olá, Bigode, com está? Ó não esquece de mandar um abraço pro Bigode! Chegou o Zé Bigode!
Alguns entraram para a história e viraram modelos de outros tantos, como do cantor Freddie Mercury, sempre bem aparado, outros não tão volumosos, como o do Hitler e do Chaplin que eram pequenos, menores que a boca, porém forma marcantes. O bigode chinês, fino e comprido é muito famoso em filmes, o que Marcel Duchamp fez no retrato da Monalisa também é. Aliás, mulher de bigode é raro, mas existe, como também o dito popular que diz que mulher de bigode nem o diabo pode!
O bigode português também foi bem popular, era espesso e levemente ondulado para cima, geralmente era acompanhado por uma caneta atrás da orelha e uma camiseta branca. Já ia me esquecendo do mais famoso bigode do senado. E o que dizer do escovão de Nietzsche, esse sim era um senhor bigode, inigualável, impunha respeito aonde chegava
Apesar de estar fora de moda, o bigode é algo curioso, pelo menos para mim, era um símbolo de virilidade. Será que são esses novos tempos que fizeram os bigodes desaparecer? Talvez porque agora não é mais necessário algo que represente a masculinidade do homem moderno.

Noite de autógrafos de Fabiano Fernandes Garcez na Livraria Café e Cultura

Posted: domingo, 6 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in
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Fabiano e Patrícia André e Roberta Villa

Noite de autógrafos de Fabiano Fernandes Garcez na Livraria Café e Cultura

Posted: by Fabiano Fernandes Garcez in
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Emmanuel Lisboa, Fabiano Fernandes Garcez e André Prosperi

O significado de uma palavra pode não ser o seu significado

Posted: quarta-feira, 2 de setembro de 2009 by Fabiano Fernandes Garcez in Marcadores: ,
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Recentemente alguém me contou a história que tinha ido ao Museu do Imigrante e, não sei o porquê, precisava consultar algo na Internet, ali mesmo, quando viu uma placa que dizia: Sala de Navegação. Não teve dúvidas, entrou, mas qual não foi a sua surpresa? A sala simulava a navegação dos navios em que os imigrantes vinham para o Brasil, longe de ser o local para navegar nos mares da rede virtual.
O significado de uma palavra pode mudar em uma determinada região ou no decorrer do tempo, um exemplo é a palavra Interessante, antes era usada exclusivamente para dizer que algo interessava por ser curioso, importante, atraente, porém, hoje, quando escutamos que algo é interessante pode ser justamente o oposto, que é razoável, apenas mediano, sem graça ou pior ainda, maçante, entediante.
O grande escritor João Guimarães Rosa, que tem um dos melhores nomes de nossa literatura, escreveu em um dos seus contos, o problema de um médico para explicar a um cangaceiro o sentido da palavra: Famigerado, dita a ele por um homem do governo. O narrador vê que o destino do pobre servidor está em suas mãos e cabe a ele escolher bem as palavras para dizer ao jagunço a real acepção da palavra, de modo que não coloque em risco a sua vida e a do maledicente.
Quase todas as palavras têm inúmeros significados, às vezes deixamos alguns de lado ou apenas nos lembramos dos mais utilizados no nosso cotidiano. Foi o caso da navegadora do museu, que esqueceu que navegar se referia ao embarcar rumo a algum lugar em um navio, contudo ao confundir o valor semântico das palavras, em linguagem de dia de semana, viajou na maionese, que é um termo muito interessante.